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quinta-feira, 23 de junho de 2011

Morte: o fim?

Há alguns dias venho titubeando a respeito desta postagem: publicá-la ou não. Hoje, porém, tive a certeza de que deveria fazê-lo, pois presenciei pela manhã uma cerimônia que se encaixa perfeitamente no assunto: um sepultamento! Vi pessoas chorando enquanto algumas parcas últimas palavras iam sendo proferidas, e confesso que não pude evitar algumas lágrimas também. Foi triste, assim como creio que seja todo sepultamento (ou ao menos gostaria que fosse, pois se não é triste, então a morte foi bem-vinda, e aí já é uma outra história).
Mas o que é a morte afinal? É realmente o fim de tudo? Bem, cada um tem a sua crença, a sua religião, o seu modo de pensar,  e a minha concepção a respeito da morte é a seguinte: sou ateu, mas mesmo assim, não creio que a morte seja o fim de tudo. Não, não me refiro à alma ou vida "post-mortem". Creio que o ser humano tem uma visão muito primitiva do que é a morte. Como já dizia Lavoisier há muitos anos: "Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma." Parto deste princípio para explicar minha opinião sobre a morte. Todos nós (teoricamente falando, é claro), nascemos, crescemos, nos reproduzimos, envelhecemos e, um dia, quando nossos corpos estão debilitados demais para que todas as funções vitais possam ser executadas, morremos. Essa é a ordem natural das coisas. E funciona dessa maneira porque não somos nada mais do que corpos, conjuntos de átomos agrupados que recebem emprestados da natureza uma energia no momento da concepção. E mais cedo ou mais tarde, essa energia tem de ser devolvida para que outros conjuntos de átomos possam recebê-la. Quer uma aplicação prática disso? Quando comemos um delicioso churrasco, estamos ingerindo carne de algum animal que um dia recebeu da natureza essa tal energia. Ao comer esse animal, estamos transferindo-a para nós (pois qual a finalidade da alimentação, que não a obtenção de energia?) Ok. Talvez você esteja se revoltando contra meus argumentos: "peraí, quando eu morrer ninguém vai fazer churrasco de mim!" Não, é claro que não. Mas alguma criatura irá lhe decompor, realizando assim a troca de "energia". E quando um corpo é decomposto, o que acontece é que os átomos se dispersam pela natureza. Algumas larvas que o devoram, mais tarde vão para a superfície, e viram comida de passarinhos. Portanto, na próxima vez que ouvires um pássaro cantar, lembre-se de que ele pode conter átomos de antepassados seus. Da mesma forma, uma planta localizada próxima à sepultura pode esticar suas raízes até o ataúde, e sorver alguns átomos, transformando-os em energia e após expelindo-os através da transpiração. O vento se encarregará de transportar alguns átomos expelidos por quilômetros e quilômetros, até que outra forma de vida os sorva novamente (você certamente está fazendo isso neste exato momento, com os átomos de alguém). Conclusão: mesmo para um ateu, existe vida após a morte. Não da forma como uma sociedade cristã está acostumada a encarar, mas existe. Quando morremos, não morremos como um todo. Morremos apenas na forma mais recente que nossos átomos assumiram. Continuamos vivos, porém, para sempre, na figura do verme que nos decompôs, da árvore que nos sugou, do vento que carrega pedacinhos de nós pelo mundo, enquanto o mundo existir.
Se tudo isso lhe pareceu macabro, então esqueça e jamais releia ou pense no assunto novamente. Mas se este texto lhe fez refletir um pouco, fico feliz, pois consegui alcançar o meu objetivo. De qualquer forma, da próxima vez que um ente querido seu partir lembre-se: a morte é uma ilusão. É apenas o fim de um agrupamento de átomos na forma como nós o conhecemos.

P.S.: se quiser opinar, agradeço!

2 comentários:

  1. Excelente texto!!!
    Suas palavras faz nós pensarmos na coisa mais certa de nossa vida: A MORTE!!!

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  2. Teu texto é muito bom mesmo. Descobri ele graças ao nobre amigo Felipe Diehl. Mas se me permite algumas considerações, apesar de toda a pertinência física, não me pareceu algo escrito por um ateu e sim por um agnóstico ou um cientista. Parabéns do Luciano Ramos, advogado e jornalista - Brasília - DF.

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