Olá!

Muito obrigado por estar acessando. Espero que gostes do conteúdo que encontrares aqui. E se não gostares, estou aberto à críticas construtivas... Boa leitura!

segunda-feira, 27 de junho de 2011

E a cultura foi pro brejo...

Segunda-feira fria, mas bonita, ensolarada! Chego animado ao meu local de trabalho. Varro todo o ambiente, faço um gostoso chimarrão e então abro o jornal. Folheio algumas páginas e então..tenho vontade de jogar o chimarrão preparado com tanto carinho pela janela. Tenho vontade de quebrar o PC e trazer toda a sujeira varrida para dentro da loja outra vez. O motivo de tanta revolta? Um artigo de Carlos Alberto Schäffer, na página 6 do Informativo do Vale, intitulado "Ao vencedor, as batatas". O tema? A concessão ao jogador de futebol conhecido como Ronaldinho Gaúcho  da medalha Machado de Assis pela Academia Brasileira de Letras (ABL). É ou não é "de cair os butiás do bolso?"
Gosto muito de ler. Admiro muito os grandes escritores brasileiros (não ouso citar nomes para não deixar fora outros tantos não menos importantes). Ler uma notícia como essa foi simplesmente um insulto. Que jogador de futebol não precisa nem saber ler pra se dar bem na vida, isso todos nós sabemos. Mas daí um representante da classe ser agraciado com a mais alta honraria concedida pela instituição... isso já é demais. Ele é muito bom naquilo que faz, e respeito isso. Mas elevá-lo ao nível de alguns de nossos maiores intelectuais de todos os tempos? Poxa, isso é apelar pra ignorância. Isso sem falar que muitos autores consagrados de nossa literatura além de jamais ocuparem uma das cadeiras da ABL, nem sequer receberam uma homenagem da instituição (sem nomes, mais uma vez, ok?). Então seriam eles menos merecedores do que nosso ídolo do esporte? Francamente...
Bem, olhando por outro lado, me parece que faz bastante sentido a concessão dessa honraria. Num país com a educação decadente como o nosso, onde os professores não recebem nenhuma consideração por parte do estado, sendo uma categoria totalmente desvalorizada; os índices de analfabetismo são bastante elevados para uma potência econômica como a nossa, os órgãos competentes tem se mostrado, ironicamente, bastante incompetentes na elaboração de um concurso nacional para ingresso no curso superior (leia-se ENEM) e o governo tem tentado mascarar as deficiências da educação aplicando provas ridículas aos alunos no país inteiro para melhorar os índices do Ideb (sou testemunha disso, pois recentemente realizei uma prova dessas no ensino médio. Pensei que o governo estivesse debochando de minhas faculdades mentais!), não deve estar sendo fácil encontrar mentes que possam representar nossa cultura literária adequadamente. O jeito é mesmo apelar para personalidades de outras áreas, mesmo que, muito provavelmente, elas jamais tenham lido um livro por completo na vida, ou sequer ouvido falar da própria ABL.

Nenhum comentário:

Postar um comentário